Eu e o Mormonismo

A vontade de Deus sempre me alivia.  Foi a Sua vontade que me fez enxergar que Ele não é como a igreja ensina: um deus de negócios, favores...  Hoje eu sei que Deus não exige de nós uma lista de coisas para sermos dignos de Sua presença.  Uma lista diária, semanal, mensal, prestação de contas a funcionários, para um dia estarmos com Ele, tais como:  Fazer visitas constantes ou mandar mensagens para pessoas que escolheram para você. Caso contrário, será considerada uma pessoa sem amor, sem caridade e acomodada. Usar sempre os garments, não tirar por nada, pois pode ser perigoso. Fazer todas as orações do dia, ler as escrituras e estudar as aulas; caso não faça isso, você corre um grande risco de sua vida não ir pra frente e nada dar certo. Não faltar em nenhum domingo na sacramental. Se faltar, será considerada uma pessoa que não coloca Deus em primeiro lugar, preguiçosa e fraca. Estar em todas as reuniões e atividades. Pois se não estiver, será considerada uma pessoa "morna",

  Tantos anos na igreja, servindo, acreditando, estudando livros e mais livros, manuais, palavras de todos os profetas modernos, frequentando Seminário e Instituto, com sede de aprender dentro da igreja e pensando saber tudo sobre ela, até mesmo ensinando na missão com convicção e tudo... De repente descubro fatos que nunca me foram revelados, e não são qualquer fatos, mas fatos históricos que tem a ver com o profeta Joseph Smith. Aquele que começou tudo isso, aquele que deu início a tudo aquilo que eu defendi e acreditei por toda a minha vida, praticamente... Eu o admirava e honrava, por ser um rapaz puro, por ser um rapaz confiável, honesto, escolhido por Deus para restaurar a verdade na Terra. Enfim, jamais poderia imaginar que ele teria sido diferente do que havia aprendido, do que ensinei às pessoas, do que eu li nos livros dentro da igreja. Jamais me contaram fatos que faz tudo ser duvidoso sobre essa restauração e ao mesmo tempo faz todo sentido agora, depois que parei para pens

  E ra uma vez uma moça muito admirada por sua dedicação ao evangelho, muito elogiada e "amada". Sim, muitos "a amavam", pois ela sempre trabalhava na igreja da melhor forma possível, em todos os chamados.  Sempre muito espiritual, era um exemplo para todos, procurou sempre ser uma moça virtuosa, defendeu a "verdade e a retidão", espalhando seu testemunho por onde passasse. Sentiam sinceridade em tudo o que fazia, e realmente ela era sincera. Mas ela cometeu um erro: nunca aceitou pensar diferente, nunca se permitiu olhar para os lados, sempre desprezou o que vinha de fora.  Essa mulher que já foi tão querida por todos, certamente não sabia que só era amada lá dentro, ou seja, enquanto estivesse lá, "vivendo o evangelho".   Alguns já desconfiam sobre sua saída, e outros já sabem de fato. Ela sabe por causa do silêncio das pessoas e espiões que as vezes aparecem no seu whats...tudo mudou, alguns amigos já não prolongam a conversa como antes.  Bem,

Não, eu nunca pensei sobre isso!  Nunca pensei que na igreja fosse proibido pensar.  Mas quando pensei, vieram os julgamentos... É engraçado pensar sobre isso somente agora, ao mesmo tempo é muito frustrante.  Eu vivi 25 anos dentro da igreja pensando que podia pensar e pensando que pensava. Na verdade, eu sempre aceitei tudo muito bem. Nunca pensei em questionar nada. Era proibido questionar, duvidar, isso demonstrava fraqueza, testemunho fraco, falta de confiança em Deus. Eu havia orado e me sentido tão bem, a certeza era grande.  Passei a não ver a igreja mais como uma igreja, mas sim como o único caminho. O único caminho verdadeiro, o único caminho da felicidade, o único caminho que eu poderia ter paz aqui na terra e também depois dessa vida. Eu estava totalmente comprometida com esse caminho. Pois se ele era o único, todos os outros estavam completamente errados. Só poderia existir um.  E ele era de Deus e somente ele me levava a Deus. Então, eu não podia duvidar, nem passava por

  É muito triste nos decepcionamos com aquilo que nos trazia a maior alegria do mundo!  Sim, eu sentia alegria em pensar que eu conhecia a única verdade, que eu tinha todas as respostas, e que tudo na igreja era baseado naquilo que Deus havia ordenado. Eu me sentia segura. É estranho hoje pensar no quanto eu me entreguei a causa mórmon, mas eu nunca havia pensado dessa forma. Para mim, a causa era de Deus, de Cristo e de ninguém mais. Eu quero falar sobre tudo o que eu senti mas não consigo colocar aqui um estudo total, mas somente aquilo que me foi suficiente para enxergar .  Eu não estou aqui para fazer a cabeça de ninguém, porque sei que não funciona assim. Quando em muitos momentos quiseram "fazer minha cabeça" contra a igreja, eu simplesmente a mantinha mais fechada ainda, pois para mim era algo sem sentido e mesmo assim, perigoso. Ninguém conseguia me fazer enxergar nada, para mim eram apenas calúnias. Eu mesma um dia resolvi pensar. Pensar um pouco por mim mesma. E qua